Consegui ressignificar meu diagnóstico de uma Doença Crônica em Qualidade de Vida


 

A vida com diabetes tipo 1 não se trata apenas de diabetes tipo 1. No caso de Elaine Cristina Merétika, antes de ser diagnosticada, ela seguiu uma rotina intensiva com muitas tarefas, cumprindo seu papel de mãe, esposa e estudante. 

Ela sente que sua filha, como um anjo, acordou-a na noite em que lhe foi diagnosticado, salvando-lhe a vida. Foi a perda da mesma filha que fez com que Nani parasse de cuidar de si mesma por um tempo. Mas hoje, com resiliência, ela é uma embaixadora do Movimento Divabética e está se educando cada vez mais para ajudar outros que vivem com a mesma condição de saúde.

Uma história simplesmente imperdível.

A HISTÓRIA DE UM DIAGNÓSTICO QUE DEMOROU A CHEGAR

Me chamo Elaine Cristina Merétika conhecida como Nani, tenho 34 anos e 7 anos com Diabetes.

Há 7 anos atrás com uma rotina agitada, casada, faculdade e mãe de 3 crianças lindas.  ( Na época a idade dos meus filhos eram: Rafaelle com 8 anos, Camille Vitória (tem necessidades especiais) 4 anos e o Gustavo com 2 anos.

Com essa rotina intensa e corrida, minha filha Rafaelle começou a notar minha perda de peso, cabelo caindo e muita sede; fui ao médico no qual disse que era estresse, pois não parava. Passado um tempo, comecei a ter uma dor muito forte como uma cólica, pensei ser infecção urinária, tomei um anti inflamatório e fui deitar, passou 2 horas minha filha Rafaelle me acordou e pediu (mandou) para eu ir aí médico, e foi oque eu fiz.

Chegando no hospital a médica disse que era infecção urinária e já pronta para fazer a receita com antibiótico e me liberar, mas como tenho muitas alergias a medicamentos, disse que queria fazer exame de urina para ter certeza do diagnóstico de infecção urinária; ela não gostou mas me pediu para fazer exame de urina, quando saiu o resultado para espanto da médica não havia nenhuma infecção e sim alta concentração de glicose na urina, na mesma hora me pediu para eu ir fazer um dextro no qual o resultado foi de 545 ( isso qua já se passava mais de 8 horas de jejum e bebendo muita água). Naquele momento descobri que era diabética, recebi alta com medicamento oral e Insulina nph somente na tpm. 

CUIDAR DE MIM EM HONRA DA FILHA QUE NÃO ESTÁ MAIS COMIGO

Passado 3 anos do meu diagnóstico minha filha Rafaelle ( a filha que fez eu ir no médico e descobrir que era diabética) faleceu (morte súbita) e com esse impacto emocional comecei a ter que usar insulina basal e bolus… Se hoje estou bem, foi porque minha filha que já era um anjo na terra e hoje no céu, me salvou pedindo para eu ir ao médico e descobrindo a Diabetes, pois talvez se ela não tivesse me acordado naquela noite poderia ter entrado em Cetoacidose.

Depois que minha filha partiu não me cuidei por 1 ano, até que entendi que precisava me cuidar, pois não faria minha filha mais orgulhosa do que ver a mãe dela se cuidando, pois naquele momento estava sobrevivendo e não vivendo; então fui para as redes sociais e na internet e comecei a ter contatos com pessoas com a mesma condição, e foi um divisor de águas… 

EL MOVIMIENTO DIVABÉTICA

Conheci o @movimentodivabetica no qual me apaixonei, e todos eventos eu estava participando e assim conheci a idealizadora do projeto Fabiana Couto, no qual com o passar no tempo me fez esse incrível convite em ser uma Embaixadora do Movimento Divabética.

Como minha conexão foi real com o movimento e essa é a idéia de uma Embaixadora: ter a mesma percepção em relação ao projeto com valores e visões, é responsável por criar conexões, pois se torna um vínculo direto com o causa, movimento e com as pessoas.

Embaixadora anda junto com o movimento, fortalecendo a comunidade como um todo.

E com tantas conexões fui estudar a mais sobre o Diabetes e cada dia mais vou atrás do meu autoconhecimento pois o conhecimento é libertador, pois você vai se entendendo e assim você vai querendo entender cada vez mais, para ter melhor qualidade de vida… Não estou falando em perfeição, pois sou um ser humano vivendo com meus altos e baixos, mas sempre em busca do que eu posso fazer melhor hoje. Fiz um avatar meu para trazer assuntos sérios e de relevância de um jeito mais leve e lúdico.

 Hoje meu tratamento é com a bomba de insulina, alimentação equilibrada, muitas pontas de dedos e sensor com monitorização contínua. 

 Projetos no qual idealizo seria uma associação para Diabéticos, campanha em doações de insumos.

WRITTEN BY Lucía Feito Allonca de Amato, POSTED 02/10/22, UPDATED 02/10/22

Lucy vive com diabetes Tipo I há quase 30 anos e faz parte da equipe por trás das propriedades hispânicas do Tipo 1. Ela é formada em Direito e tem dupla nacionalidade espanhola e argentina. Ela é parte ativa da comunidade online de diabetes, a partir de seu blog Azúcar HADA. Ela é formada em Psicologia, é uma paciente especialista em doenças cardiometabólicas crônicas e ativista pelos direitos das pessoas LGBTQ+.