Nota do editor: Este texto é parte da nossa série sobre Saúde Mental. O cuidado com o DM1 não depende apenas de contar carboidratos, medir a glicemia e aplicar insulina. A condição traz um grande fardo emocional e psicológico também. Veja outras informações e histórias pessoais sobre Saúde Mental.

Ao longo da vida, todos passamos por períodos de estresse. Pode ser porque você perdeu um emprego, uma casa ou um familiar. Pode ter surgido algum problema súbito de saúde. Com certeza, em algum momento, você vai ficar preso no trânsito, pisar em um chiclete ou passar por situações ruins. Se o estresse é parte da vida das pessoas, o que ele significa para alguém que vive com DM1?

Basicamente, quando o corpo identifica uma ameaça — possível ou real —, acontece uma reação física em que são liberados hormônios relacionados ao estresse, a epinefrina (conhecida também como adrenalina) e o cortisol (conhecido como um hormônio responsável pelo acúmulo de gordura). Esses hormônios fazem com que o fígado aumente a produção de glicose, energia extra que as suas células podem usar para enfrentar a ameaça (como um super-herói) ou fugir correndo (como o Papa-léguas).

Esse aumento súbito da glicose, no entanto, pode ser perigoso para as pessoas que vivem com DM1. Sem a ajuda da insulina, a glicose se acumula no sangue, sem conseguir chegar nas células. Esse estado é conhecido como hiperglicemia e também pode ocorrer quando você come mais do que o planejado ou faz menos exercícios do que pretendia. O que torna o estresse perigoso é que muitas vezes ele passa despercebido. Além disso, a exposição prolongada ao estresse pode deixar a glicemia alta a longo prazo.

Sintomas de hiperglicemia

• Altos níveis de glicose no sangue
• Altos níveis de açúcar na urina
• Poliúria (urinação frequente)
• Sede excessiva

Lembre-se também que é menos provável que uma pessoa que está passando por um período de estresse continue a se cuidar, e quando falamos do DM1 — uma condição crônica tão dependente de autocuidado e monitoramento —, isso pode ter consequências graves e levar a complicações, caso não seja tratado. Algumas coisas que podem ser afetadas pelo estresse são as seguintes:

• Hábitos alimentares (incluindo o controle da qualidade e quantidade de comida que você consome)
• Frequência das medições dos níveis de açúcar no sangue
• Maior consumo de álcool
• Diminuição na prática de exercícios
• Estresse excessivo e não tratado pode levar a ansiedade e possivelmente depressão
• Veja se você está apresentando sinais que indicam ansiedade ou depressão.

Viver com DM1 não significa que você precisa evitar todas as coisas que potencialmente podem causar estresse, mas deve estar ciente de que ele pode ser prejudicial para a sua saúde se não forem tomados os cuidados necessários. Veja a seguir a lista da Beyond Type 1 com sete maneiras de reduzir o estresse, independentemente do tamanho do problema ou da carga emocional que ele causa.

1. Elimine o que está deixando você estressado

Isso pode parecer óbvio, mas deve ser a primeira medida a ser tomada. Talvez não seja possível eliminar completamente a fonte de estresse, mas é possível reduzi-la pensando em alternativas ou soluções para o problema. Se você quiser evitar o trânsito do fim da tarde, tente mudar os seus horários ou encontrar um novo caminho. Se está tendo problemas em um relacionamento, veja se é possível resolver a questão. Se não consegue terminar uma tarefa, tente encontrar novas formas de se organizar.

2. Faça exercícios

Isso naturalmente diminui os seus níveis de açúcar no sangue. No entanto, não faça exercícios se tiver identificado a presença de cetonas em sua urina (porque a sua glicemia pode aumentar ainda mais). Em geral, se exercitar libera endorfinas que ajudam você a sentir menos dores e outros efeitos negativos causados pelo estresse. A atividade física também ajuda no pensamento difuso, contribuindo para que você resolva problemas mesmo quando não está conscientemente tentando fazer isso. Respeite os seus limites ao fazer exercícios, no entanto, prestando atenção em seu corpo e verificando os seus níveis de açúcar no sangue. Informações Básicas sobre Exercícios para DM1.

3. Respire

Você sabia que quando está estressado respira de maneira rápida e superficial, em vez de inspirar profundamente? Praticar respirações lentas e profundas pode ajudar a diminuir o estresse a qualquer momento. Relaxe o corpo, feche os olhos e apenas respire. A yoga é uma ótima forma de combinar respirações profundas com alongamentos e meditação para aliviar o estresse. Se você não pode ir a uma aula ou tem dificuldade de se manter na posição de lótus, confira essas cinco técnicas de respiração que você pode fazer de sua cadeira de trabalho.

4. Recite frases afirmativas

Pode parecer balela, mas você ficaria surpreso ao saber como mantras positivos podem ser convincentes. Substituir os sentimentos negativos por afirmações como “eu posso resolver isso” ou “não tem problema” pode fazer uma grande diferença em como lidamos com fatores que causam estresse no dia a dia. Se você repeti-las vezes o suficiente, pode até começar a acreditar nelas e evitar reações de lutar ou fugir.

5. Communiquez

Il est tellement important de parler à quelqu’un de ce que vous ressentez. Que ce soit avec un ami, un parent, un conseiller ou un éducateur en diabète — partagez avec lui votre façon de faire face à la situation au quotidien. Se décharger verbalement de notre chagrin nous aide à nous débarrasser de la douleur elle-même. Vous pourrez même obtenir d’excellents conseils de la part de ceux qui ont vécu cette expérience ou qui peuvent la comprendre. 

6. Contato físico

Especialistas concordam que o contato físico ajuda ativamente a diminuir a ansiedade. O toque passa segurança e conforto, seja por meio de carinhos com uma pessoa próxima, de uma massagem realizada por um profissional ou de afagos em um animal de estimação. Quando você se sentir sobrecarregado, não deixe de buscar apoio.

7. Escreva

Escrever pode ajudar. Faça um diário com suas anotações pessoais sobre suas emoções. Se está passando por algo difícil, coloque no papel. Pense em maneiras de resolver isso. Escrever funciona de maneira similar à fala, no sentido de que ajuda você a diminuir o estresse por simplesmente descrever o que está incomodando. Isso também pode ajudá-lo a lembrar de buscar ajuda, caso não consiga lidar sozinho com a causa do estresse.

Embora passar por períodos de estresse seja uma parte inevitável da vida, é essencial que as pessoas que vivem com DM1 tomem medidas para enfrentar isso. Todos nós podemos aprimorar a maneira com que lidamos com o estresse, e identificar o que o está causando é um bom ponto de partida. Então, veja se pode eliminar ou reduzir a fonte do estresse. Se não funcionar, procure maneiras de ajudá-lo a lidar com isso que funcionem para você. A vida não é fácil, mas pode ser um pouco menos difícil.

Verificado pelo dr. Mark Heyman, diretor do Center for Diabetes and Mental Health (CDMH) em Solana Beach, CA, nos Estados Unidos. Mark é doutor em Psicologia Clínica pela Universidade George Washington e realizou seu treinamento clínico na Escola de Medicina da UCSD.